quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Patuá

Sobre o poder dos gatos
e das criatura Abissais

crawnnnnn
peixe-sapo
peixe-pelicano
peixe-vibor
crawnnnnn


Sobre o poder dos gatos 
e das criaturas Abissais

ENGOLIDOR NEGRO

peixe-dragão
OARFISH
TAMBORIL
CRAWNNNNNNN
PEIXE PESCADOR

o gato observa a bioluminescencia
na escura noite, dos quintais da casa.
crawnnnnnnnnn

MELANOCETUS JOHNSONII
ANOPLOGASTER CORNUTA

eu perdido na escuridão

MELANOCETUS JOHNSONII
ANOPLOGASTER CORNUTA

feixe-peixe-de-luz
contra todas as coisas ruins
peixe-diabo-amuleto-negro

BATHOPHILUS INDICUS
ANOPLOGASTER BACCHYCERA

CRAWNNNNNNN
CRAWNNNNNNN
CRAWNNNNNNN

um totem de peixes e gatos
dos confins dos oceanos
até as centelhas do céu.

O brilho da lua
no fundo o mundo
ALUMIA
ALUMBRAÇÃO
ALUMBRAMENTO

um barulho no telhado
O GATO
O PEIXE

O OLHO
FOSFORECÊNCIA
o som das horas finais
Quimera

CRAWNNNNNNNN
CRAWNNNNNNNN
CRAWNNNNNNNN

uma bocarra de dentes afiados
as garras na pata e pêlos
estranha existencia

O poder dos gatos e das criaturas Abissais.










quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Braseiro

Eu acendi um cigarro
Um lençol fino sobre o corpo
A varanda na noite fria de São João
Fumaça, as estrelas no céu radiantes
Entre fogos e o desejo de
que a juventude nunca acabe.

Minha vida pegando fogo
sobre o risco do fósforo
Um cigarro aceso
um dia a menos
E as crianças brincando
do outro lado da rua

Ao redor da fogueira
Para fazer estourar fogos de artificios
Faíscas que lembram estrelinhas
nas mãos dos meninos
que um dia eu também fui

O amanhã que nunca chega
sem o perigo do sexo
do corpo dilatado
pelas artimanhas do gozo
E da liberdade de se deixar
ser invadido por mãos desconhecidas

Dedos que adentram lugares
recônditos e vermelhos
Explosivo que não sabe ao certo
os dias de vida até aqui.

Casas de palha
o odor impregnado nas paredes do quarto
madeira exalando os tempos
Cometa rompendo o firmamento
contra qualquer abuso autoritario
sobre o desejo, a vontade
o corpo.

Objeto acenando de algum
lugar da Bahia
pegando fogo
Liberdade fulminante em cima
de um veludo azul escuro
e cintilante.
Há sempre perigo em tudo.

Uma vida que não poderia ser outra
Se das estrelas
antes de ser gente
coisa feita de pele e ossos
Ja se tinha conhecimento.

Sangue escorrendo pelas pernas
Toalha exalando suor, das guerras
de espadas nas noites de São João
em Cruz das Almas.


 Lembrança de tudo que já foi pólvora
e que um dia Estourou
até chegar aos meses da carne
Pedaço de couro queimado
ressoando as batidas
da palma da mão


Ondas de calor
vindas de alguma escuridão iluminada.
O centro do corpo no meio
do mundo.

A morte sempre vizinha
pairando em cima das chamas
da vela acesa
Nos setes dias de meditação
Silêncio no longo caminho
a percorrer entre luzes.

Até o lençol
cobrindo o sexo depois do gozo
E nunca houve medo
Nas constelações que alumiam
o manto sagrado
que reveste minha pele
de azul anil.

Ser de outrora
sempre iluminado
gases
destroços cósmicos
vagando pela via-lactea.

Apenas o cigarro aceso
braseiro
o sexo despido em frente
a janela dos prédios
e as luzes solitarias acesas

Rubra cor de apartamentos
lutando para ser
Como em algum dos dias
de milhões de anos luz
até aqui. O agora
sempre ardendo
Palavra fogo
Ilicita
a estourar planetas

Cauda de dinamites
e o olho a olho
da matéria sempre viva
rompendo os terrores do mundo

Dores de distintas leis que regem
o planeta
fagulha no ar desfazendo-se
em algum lugar na cidade
de Salvador
Estrela gente

E a lua brilhando silenciosa
por sobre os monumentos históricos
de lugares abandonados
mas que ao longe reluz
em noites de luar

Quem nasceu estrela
nunca vai ser coisa morta
nas sarjetas e avenidas
nos carnavais da cidade
nas ruas envenenadas e cheias
de maldade dos que querem
adoecer as gentes do mundo.

Os antigos casarões e
becos taciturnos e deteriorados
e que agora trepam 
com homens e mulheres
travestis embriagadas 
no romper da madrugada
braseiro na ponta do fumo

Fluidos corporeos
levados pelas águas nos 
dias de julho na cidade
do Salvador. Luz.Todos os Santos.

Crianças contaminadas pelo
prazer do baixo ventre
dos jovens apaixonados
nas noites de São João.
Toda invenção para fazer matar
pessoas que brincam em dias
de festa e folia.
Sobre o sexo, o gozo e a mentira
que mata. Brasa.
Querência.

A vida é um pavio.
Bomba caseira em dias juninos,
perigosa e cheia de alegria
Queimando continuamente nos céus
e aqui embaixo
terra seca e batida.

Licor para esquentar
e alumiar a noite fria
Explosivo,
fogo que irradia
pela quentura dos corpos
que teimam em exisitr.
Braseiro. Nunca apaga.

Faísca
na ponta do cigarro aceso
depois do sexo.
Estrela brilhando
no São João
refletindo as margens do Paraguaçu.

O galo cantando
anunciando novo dia.
Um cometa passageiro
e enérgico, ardendo
aguardando a rebentação
pulverizar em pequenas
particulas de agua fervente
ebulindo no ar
tal qual lava quente.

Enchendo de 
curiosidade e espanto
crianças e anciões
em alguma cidade da Bahia.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Luz de led

Chuva no quintal
despendo as roupas do varal de ferro
como não fazia há anos

agua sobre o corpo úmido
pulverizando os pêlos e o sexo
em terras amazônicas

Céu cinza de
tempestivo gozo
neste chão que alguém dançou

Penacho para ornamentar
dias de festa
aves que aqui ainda se escondem
em épocas de água

quatro ararinhas brincam no céu
depois da chuva
AMANACI
sorri feliz os dias de água

depois o rosado
brilhando entre as nuvens
como fogo que acabará de apagar
céu de brasa no quintal de minha casa

telhas velhas por sobre o abrigo antigo
o matagal insistindo ao sol
e uma mulher velha de cabelos brancos
prestes a parir ao entardecer

minha mãe
meu primeiro berço
meu ventre
as aguas me dizem
tudo há de serenar

bioma renascido por entre as raízes.




led tupy!

Reconhecimento forte.
Olho no Olho.
Me vê em tantos rostos que aqui habitam.
Cara de mestiço, de cigano, de gente livre de outros tempos.
Ancestralidade Cabocla.
CAA BOC.
Antigos Tupinambás que resistem contra a pele branca, no meu  sangue e rosto. TUPY VIVE! GUAMIABA TAMBÉM!
E não foi a toa que eles, os mesmos Caboclos e Tapuias de eras longiquas me chamaram mais uma vez para estas terras. Sangrada de vermelho e vida. das riquezas de um chão de mortos guerreiros. TUPINAMBA RESISTE! CABELO DE VELHA EXISTE!
Cocás de aves benfazejas por sobre as cabeças de Tuxauás e Pajés! CACIQUE VIVE! GUAMIABA TAMBÉM!
Jurema treme terra no chão de Sete Penas.
O todo poderoso do Norte!
A estrela mais brilhante dos céus equatoriais.
E imagino chão lodoso, terra batida, casa de palha e madeira nativa. Gente habitando por sobre as águas e canoas. Uma grande maloca para se abrigar das chuvas que brotam do céu o ano todo, multiplicando tajás,
TAPAJÓS, XINGU, NHAMUNDÁ, MANACAPURU, UATUMÃ,JURUÁ,MAICURU, JURUENA
Tantos nomes que persistem na espreita do tempo
insistidamente contra ataques neo-colonialistas em terras Tupinambás.
O pitiú, o peixe, o açai com farinha. O tipiti que espreme o tucupi cheiroso para temperar comidas.
TUPY VIVE! GUAMIABA TAMBÉM!
Dos leitos do rio Guamá, a floresta que do outro lado vê silenciosa e nos contam em segredo. nuvem que serpenteia as 01:00 da matina feito cobra criada no céu. Um rio invertido nas alturas, onde se navega até o trombetas, e para além, unificando a grande pátria panamazonica, panamericana. E me recordo Cempasuchil. Viva la tierra de los coyotes! TUPY VIVE! GUAMIABA TAMBÉM!
remando em pequenas embarcações sobre as aguas turvas e barrentas. Baía do Guajará dança em frente ao luar. Terra inundada no corpo de cunhã poranga.
VARZEA TACITURNA E VIVA. Raizes e cipós exalando o odor de Tauaris cheirosos. Rios que lembram a bravura e serenidade das antigas tribos que aqui viviam felizes e cheias de fartura. Todas as historias que não deixam a grande nação desaparecer. Toda matéria, todo alimento, pulsante dentro e fora do corpo.
Não nos podem esconder o que lateja memória. Minha gente. parentes nas ruas que agora asfaltadas, encobrem cemiérios remotos.
TUPY VIVE! gUAMIABA TAMBÉM!
Eu que outrora fui tantos bichos, plantas e pedras. Pouso manso na beira de um igarapé.
Eu disfarçado com pele de gente, desde o nascimento neste mundo. Bicho criança, Bicho de pé, Bicho homem. ARARAPIRANGA encantada de mulher para pisar solos humanos. Reinventando existencias. TODA MULTIPLA MATERIA QUE CO-HABITA DESDE OS PRIMORDIOS DA TERRA. Amazonia Viva! Curandeiro de mim. CARUANAS invisiveis em território sempre livre. TUPY VIVE! GUAMIABA TAMBÉM!
A cidade é um vasto imaginario. As embarcações vindas das ilhas, os brinquedos de miriti, oléo de copaíba para desfazer dores. aguas de cheiro e banhos para espantar mal olhados. Um circulo desenhado recordando grafismo amazonicos. Marajó- a grande cidade. Caninana vagueando os rios encharcados. A grande Cobra mordendo o rabo. VIVA TUPY! GUAMIABA VIVE! SALVE O POVO TUPINAMBÁ! O POVO ANTIGO DA FLORESTA!

A CIDADE É IMAGINARIO.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Luzes no meio de uma noite escura

I

misseis sob a cidade
enluarada

cidade incendiada
pelas bombas vindas
de algum país imperialista

o sol chapando
os onibus ao pico
mais quente do ano

do lado de fora
não ha gastos
apenas o cigarro quente
ao meio dia

saudades de tantas coisas
de quando o mundo
falou de liberdade

andarilhos atravessando
fronteiras, as ruas ocupadas
de musica e fé

dias melhores
o agora se fazendo presente
o futuro acontecendo hoje

II

eles falam palavras
de agouro e agonia
o terror para compor cabeças

a minha imaginação
poderosa contra as mazelas
do mundo.

O medo, o terror
a mentira, disseminados
 como um Virus letal.

os mortos fuzilados
nas esquinas
zumbis implorando por vida
nos shopping centers

lá fora a floresta
unica especie viva de arvore
do mundo. Centenaria.

te vigiam e depois
uma invenção de
felicidade feita de cartões e
superfaturamento

Apenas uma casa
um barco ancorado
em alguma ilha

teu corpo, tua casa
e um repouso contra
as guerras

III

mas tu tens sangue raro
valentia de outros tempos
avatar de eras imemoriais

te pensas pequeno,
em meio aos escombros
e uma voz que nunca cessa.

retratos que incomodam
a sala de visitas
e os bons costumes

boca, punhos e rosto
pintados de vermelho
sempre há sangue

vida que insiste
nas fotografias estampadas
dos esquecidos que gritam

IV

valentes, inocentes
nunca morrem
rica ancestralidade

o corpo suado
sob a rede, odor de
agua de cheiro para imitar banhos

a gente dividindo o mesmo espaço
cama no chão, lençol
e depois nunca mais

um ensopado de carne
os vinte sentados
face a face nunca vista

há marcas e cicatrizes
no olhar. rosto de todos
Fúria, brasa mora.
Aproximo de fogo

V

nossas caras as mesmas
desde as grandes epidemias que
assolaram a humanidade

a gente segurando
forte, mãos sobre mão
resistindo
as piores tragedias do capitalismo

lucidos contra as artimanhas
da corrupção e deslealdade
dos grandes navegadores

Vigas sustentadas
como em antigas batalhas
pelejadas contra o nosso corpo firme

me beijas, teu olho
de fogo e desejo
abraçados olhamos as estrelas

VI

o mundo antes de nós
acima de nossas cabeças
iluminado, apenas o amor.

Lua secreta
guardiã de antigos ensinamentos
a cidade quente e as luzes sob a água.

Aviões, tanque
uma guerra silenciosa e
mesquinha contra a vida.

uma falsa fantasia
de que eles sabem oque é melhor
a miséria alimentando os ricos

me beijas, não há medo
e velhos paradigmas. Meu corpo
terra de amores e lutas.

nós abraçamos entre
os gases tóxicos. juntos
somos inbaláveis.




terça-feira, 15 de novembro de 2016

gambiarra

O céu do por do sol
de uma cidade amazonica
roxo, magenta, cor de fogo
pupila rosea no meio do céu
homem  saindo d'agua
olho de boto,cor de jambo
encarnado

O céu do por do sol
de uma cidade amazonica
me fita misteriosa por sobre
as matas verde clarissimas
escura querendo anoitecer
umida de rios e passaros
silenciosa

O céu do por do sol
de uma cidade amazônica
viadutos cortando a paisagem
pontes de concreto e abaixo
igapós, rios de esgotos
garças brancas em lamacais
lodoso

O céu do por do sol
de uma cidade amazônica
casca de tucumã
pupunha cozida as 5 da tarde
uma bandeira vermelha
tupinambá uma unica estrela
solitária

E então mergulha no bronze
ao fundo te banhas
e adormeces
lava, pedra dura
centro da terra
planetas em torno
teu coração pedaço de estrela

e anoitece quando me chamam
à porta, cintilancia estendida na mesa
Seda, cristal,cometa, feixe luminoso
papel de parede e palavras eróticas
te aproximas vestida de azul
indigo negro petroleo dos confins da terra

O céu sob o luar
de uma cidade amazônica
o dorso escuro de algum animal
do fundo dos rios manchado
arraias, poraquês jacarés-açus
circulo prateado refletido n'agua
Ùnico

o céu sob o luar
de uma cidade amazônica
os imensos arranhas céus
derrubando arvores centenarias
templo dos antigos povos
Samaumas, Seringueiras,Tauaris
Olvidado

o céu sob o luar
de uma cidade amazônica
uma imensa cobra sucuri observa
a briga entre canina e honorato
e te lembras da tua ancestralidade
filho de tapuias e cobra, Guamá
Circundando

o céu sob o luar
de uma cidade amazônica
banhos de rios, igarapés ao relento
a bica no quintal de casa, plantas
cheiro cheiroso depois do banho
para afastar panema e carapanãs
Abrigo.

E te aconchegas feito fogo
invadindo lugares fecundos
minha cama de palha no chão
uma rede esticada lembrando
o banzeiro nas embarcações
vindos do Acara trazendo
peixe e farinha

Os bichos falam dentro da mata
me abraças ao som da maré
e lá fora as crianças ainda brincam
a fogueira quente, fagulhas no ar
adormecemos mundiados
a cidade silencia entre as folhagens
Suspiro suado junto ao teu corpo quente.
Amanhã é outro dia.









quarta-feira, 8 de abril de 2015

Água suja escorrendo pelos corredores debaixo das vias publicas. Estou em outro lugar agora, livrando-me de algum veneno vagabundo para matar baratas. Passeio por entre os boeiros da cidade, aqui sempre é muito calor e abafado, um lugar fértilmente fétido para levantar alguma morada cintilantemente obscura. Ratos e lacraias multiplicando-se as centenas devido as mais de quatro mil e oitocentas substancias expelidas pelo inseticida. Era para exterminar. Era para matar. Rainha. Uma vida inteira sendo Rainha. Parindo novas sociedades de cupins prontas para destruir as cabeceiras do quarto. Um exercito minusculo de insetos me observando enquanto lavo a louça e preparo o café. Precisas atingir a Rainha. O meu sonho sendo perturbado por  invasores invisíveis. Alguém precisa controlar os sonhos. As ultimas brechas para riscar o mundo, estão pintadas de branco e não existe paz. A tentativa de escrever sobre as coisas bonitas. Eu ja vivi um montão delas.  Mas agora a cabeça em uma única e repetida imagem. Coração de barata. O meu coração de barata. Casca dura sobre o músculo. Musculo estendido na parede da sala. Goteira. G-O-T-E-I-R-A. GOTEIRA. Gotículas de sangue escorrendo, manchado a minha cintilante morada. Eu ainda me livro disso tudo, eu ainda me livro de tudo isso. Pensamentos duplicados. Reproduções das mesmas historias de amor.  O flamejante, aqueles sonhos de estrelas indigas ascendendo o fogo destruindo tudo. A gente se beijando nos dias de hostilidade mundial, a nossa pulsaçao baixinho cochichando sobre as possibilidades de espalhar benfeitorias no mundo. A tua face odiosa, teus encontros a surdina com os teus outros apaixonados. Eu faço o café e preparo os pães, aquela infiltração na parede. Agora o vapor dos tanques. Os canos escorrendo  água putrefa,  micoorganismos  sobrevoam a carne moída na panela, precisas tomar cuidado com certos tipos de coisas.Como assim? Tu fazes certos comentários tolos. EU SOU O AMOR. Ele me protege. EU SOU O AMOR. Ele me liberta.EU SOU O AMOR. Ele me encanta. As coisas do mundo. Eu sei de todas elas. EU SOU O AMOR.  Quem contamina a gente, porque me querem controlar. Porque tocam os sinos. Esta é uma grande ilusão. Acredites na força do fogo. TU ÉS AMOR. meu bem de todos os bens. Me controlam sobre o amor. O amor. Esta tudo como sempre foi antes do teu nascimento. Vidas e morte. Ver o sol, chupar um sorvete, o silencio do norte, as ruas esboracadas e os sai de cima de mim meu amor. Tu não és bonito. Bonito bonito não. Tens essas maçãs, as gentes falam maçãs do rosto. Bem grandonas e maduras. Risível. As gentes são tudo uns bestas. É tudo assim no decorrer da vida. O sonho de um carro um apartamento um sitio umas araras cotias e gatos no quintal. A vida esta como um raio iluminado para nós.  Agora tu precisas escrever sobre o amor. Esse paraiso a beira mar em alguma cidade tropical. As crianças brincando na areia castelos e um forte vulnerável a beira da água. Não precisas decifrar nada meu bem. Me beija. Olha o céu como esta bonito. Me beija eu não sei o que dizer agora. Dou risinhos. Tu me dizes o quanto sou besta. Eu te amo. A qualquer instante tudo isso se acaba. Eu sei eu sei meu bem, tu precisas escrever. Alguma coisa mofada  no teu corpo. O amor valentia rúbia que celebra.  O Tempo. Imensa boca cova. Um dia carne e osso, depois a terra  novamente. É uma raridade a vida e o amor, e não se pode ter as duas coisas ao mesmo tempo durante a vida. E tem gente que só as vive durante os setenta e cinco. Aqui a pulverização para matar insetos. um odor de coisa decomposta. Carne, ensopado de legumes. Quanto mais eu como carne mais eu gosto de ti. Tem legumes também. Quanto mais leguminosas mais saudável é a vida. Me ame.Escreves sobre o amor. EU SOU O AMOR. O meu nome deveria ser outro, Eugênio, Lucido, Arturo, qualquer coisa que fizesse amanhecer por sobre as casas de pedras, as gramas e a face nebulosa da tua mãe no leito da morte. perfumes importados empesteando o apartamento, folhas de jornal amareladas. O peixe de amanhã embrulhado. A noticia de algum crime passional. Vultos negros  voando ao redor da cabeça.  As pesadas trevas da existência beatificando esta breve abertura no tempo. Ventania, peste, vulcão. Tua morada finco de zinco pedras mexilhões e rabos de raias. A minha face secular refletida neste tempo. Este é a missão. O  AMOR. A VIDA. O céu estalado na panela. A gente vive em um ovo. Estrelado. Em uma miçanga. Eu preciso que a tua mão deslize, pelas pilastras do meu corpo amor. Os teus dedos mindinhos. Teus palavreados de amor. Tolas as confissões de o para sempre te amarei. A nossa velhice. A tua cara e a minha Infernizados pela coexistencia na cama dividindo o lençol. Tu me achaste bonito aquele dia.Eu sempre te achei lindo seu tolo. Tu és um lindo. Eu não tenho que ter nada a ver com os teus sentimentos sobre a dor a tua imaginação pronta para destruir o todo bonito que fizemos. Tu sofres , eu não te molesto. tu sofres eu apenas observo. tu sofres. TU ES AMOR. A agua dos dentes.  Gotículas caindo sobre a minha pele ressecada.Tumulo florido. No meu sangue a correnteza de gente selvagem. O amor é bruto e antropofágico.  Ingenuo. Travessura dos amantes. Feliz para sempre. Estas parecendo um menininho. Esta chovendo aqui na casa por entre os telhado meu bem. Fazemos uma cabaninha. Gravetos, flores seca, esse lugar. Historias de aves e peixes. Até o final. O que somos afinal diante da força bruta da natureza? A fruta madura prestes a cair do galho. Ela já ta boa para colher. Essas tuas maçãs vermelhas quado ficas envergonhado. Mas nada disso tem sentido. A tua vida . Tua casa própria e os teus filhos retornando da escola. E tu querias ter sentido. Sentido a bicicleta contra as gentes, o corpo cheio de feridas. O sexo debaixo d'água. Aqueles calores na cidade abafada. O sentimento de alguma coisa irreconhecível.
Saudade de que nunca viveu. Coisas para contar para passar o dia. E as vezes parece que tu nunca vais ter nada, só um monte de desejo vagando pelo espaço. E depois não tem como voltar atras. Tu fostes feliz? Realizou tudo o que queria na vida? As coisas passaram, e eu dentro do ônibus. Nesta vida eu sempre fui um personagem secundário. Um filme de sucesso e meu nome nos créditos finais. Essa historia é de outro, o que se pode fazer, se nos roteiros que escrevestes era a vitima da vida, sempre foi. Agora só nascendo de novo em outro corpo, esquecer de tudo isso. Amassar os papéis e pintar mais uma vez. Imagina como tu serias se tivesses a oportunidade.Um dia eu serei protagonista de alguma coisa.